quarta-feira, 22 de julho de 2009


A despedida da vida no processo de morte...

"...Antigamente o homem medieval via a doença e a morte como algo natural e dessa forma estavam presentes no cotidiano de todos, sendo tratadas na própria casa do paciente. O doente não precisava esconder sua angústia assim como os familiares podiam se despedir e se preparar para a morte.
Sem deuses, festas e rituais, o homem contemporâneo vive a crise de aceitação do seu aspecto finito, já que a morte é talvez o único aspecto em que a racionalidade ocidental não conseguiu desvendar a ponto de minimizar seus medos.
Atualmente, procura-se distanciar a morte das conversas cotidianas, acabando por fazer desse tema um grande tabu, pois mistificá-la só faz redobrar cada vez mais os medos e receios. Conhecer a morte é recusar uma obsessão, mas também o seu esquecimento é procurar integrá-la na nossa vida a fim de valorizarmos e buscarmos melhores condições de existência. Até porque quase tudo na natureza não foge a essa concepção de começo, meio e fim, pois a morte está em toda a parte enquanto processo...
" Este Texto é um fragmento do artigo "A despedida da vida no processo de morte: último fenômeno da existência(Viviane Domingos da C. S. Bantim / e-mail: viviane.dcs@gmail.com) " que integra o Vol. 5, N° 9 (2008) da IGT na Rede e foi publicada em http://www.igt.psc.br/ojs/viewissue.php?id=9

terça-feira, 21 de julho de 2009

III CURSO DE TANATOLOGIA - Educação para a Morte - Uma Abordagem Plural e Interdisciplinar

A morte é uma experiência humana universal. Morrer e morte são mais do que eventos biológicos; eles têm uma dimensão social, psicológica, filosófica, antropológica, espiritual, estética e pedagógica. Questões sobre o significado da morte e o que acontece quando nós morremos...

Curso Presencial e à Distância.
Extensão Universitária- 144 horas.
Sem pré-requisitos! Aberto a qualquer interessado!
Certificado emitido pela disciplina de Emergências Clínicas da Fac Medicina da USP

Matrícula de 10/08 a 05/09 de 2009
Informações: f. (11) 2737-0041

sábado, 4 de julho de 2009

É possível uma educação para morte?

Maria Dulce de FrançaI; Silvio Paulo BotoméII
Docente da Universidade do Planalto Catarinense-UNIPLAC, Lages/SC IIDoutor.
Docente do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC


Todo o nosso conhecimento nos leva mais próximos da nossa ignorância. Toda a nossa ignorância nos leva para mais próximos da morte. Uma proximidade da morte que não é proximidade de Deus Onde está a vida que perdemos ao viver? Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?
(Eliot, in Alves, 1992)
A palavra morte traz consigo muitos atributos e associações: dor, ruptura, interrupção, desconhecimento, tristeza. Designa o fim absoluto de um ser humano, de um animal, de uma planta, de uma idéia que "chegada ao topo da montanha, admira-se ante a paisagem, mas compreende ser obrigatória a descida". Numa posição antagônica, a morte coexiste com a vida, o que não a impede de ser angustiante, incutir medo e, ao mesmo tempo, ser musa inspiradora de filósofos, poetas e psicólogos.
Por ser terrificante, é costume indicar a morte por meio de eufemismos: "fim", "passagem", encontro, "destruição"... As palavras não conseguem expressar o que é imaginado. A confrontação regular com o processo de morrer, com a morte e com o luto é realidade constante na vida dos profissionais de Saúde, que nem sempre estão preparados para lidar com esse fenômeno. Essa dificuldade os leva a pensar na sua fragilidade e na sua própria finitude. Estudos e publicações a respeito da morte têm demonstrado que o ser humano não dispensa a ajuda de outrem em momento tão crucial.
Nessa linha de raciocínio a leitura do livro Educação para a morte: desafio na formação de profissionais de saúde e educação, de Maria Júlia Kovács, possibilita, além de aprender sobre a morte, também aprender sobre o sofrimento que se apodera do profissional de Saúde ao tratar de pessoas com risco de morte. Norteada por um elenco de interrogações e reflexões que afligem a humanidade desde o início dos tempos, a autora propõe que as escolas médicas também ensinem a compaixão, a sensibilidade e a amorosidade como capacidades dos profissionais de Saúde, para lidar melhor com a morte.
A obra de Maria Júlia Kovács trata dos procedimentos de profissionais da Saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos em hospitais, escolas do campo da Saúde e demais instituições nas quais a morte faz parte do cotidiano. Relata experiências vividas por professores e alunos no Instituto de Psicologia da USP, apresenta a criação da disciplina "Psicologia da Morte", na Graduação e na Pós-graduação e descreve e examina a disciplina "Morte e Desenvolvimento Humano" ao longo de serenas reflexões sobre tudo isso. A partir de 1999, na condição de docente, Kovács oferece o "Curso de Extensão Profissional de Saúde e Educação: a morte na prática do seu cotidiano".
O livro ainda examina a criação do Laboratório de Estudos sobre a Morte (LEM), que prioriza o aperfeiçoamento da Comunicação sobre morte, perdas e situações-limite, na tentativa de avaliar a complexidade desses fenômenos nas diferentes fases do desenvolvimento humano para os quais ainda há muito despreparo a superar.
Em seus estudos Kovács verifica que os profissionais médicos, enfermeiros e psicólogos, ao cuidarem de pacientes próximos de morrer, para não estabelecer vínculos mais intensos, realizam suas atividades de maneira rotineira, supervalorizando os aspectos técnicos como proteção para o envolvimento com o sofrimento diante da morte. Enfatiza, também, a inexistência, nos cursos de graduação e pós-graduação, de disciplinas voltadas para uma formação mais humanista, que envolva o processo de cuidar e a formação completa do cuidador, principalmente em relação a um fenômeno tão crucial como a morte.
Na tentativa de encontrar uma resposta para a indagação "é possível uma Educação para a Morte?", Kovács cria cursos, viabiliza fóruns de discussão sobre o assunto, facilita reflexões e apresenta isso tudo no seu livro. Finaliza a obra chamando a atenção para a necessidade de encaminhar os profissionais de Saúde e Educação para um desenvolvimento - e uma formação - que lhes permita enfrentar o processo de morte neste novo milênio com uma melhor preparação para, efetivamente, contribuir para amenizar o sofrimento diante desse fenômeno. Vale a pena conferir essas contribuições a respeito da possibilidade de uma educação para a morte.


Endereço para correspondência Maria Dulce de França Rua Frei Rogério, 305, apto. 21 CEP 88502-160, Lages-SC. E-mail: dulcefranca@yahoo.com.br

O que é Tanatologia




Tanatologia do grego (Thanatos=morte) e (logos=estudo) é a ciência que estuda a morte. Inicialmente a tanatologia preocupava-se com o doente terminal, aquele hospitalizado; depois passou a preocupar-se também com a familia deste doente, com os profissionais médicos e da área da saúde e com todos aqueles que, de uma maneira, ou de outra, estejam relacionado com ele.Hoje a tanatologia estuda a representação da morte no psiquísmo humano e as perdas diárias, isto é, as pequenas mortes, para que enfim, o homem entenda o que é chamado de “a perda maior”. Fases psicológicas da morte Toda pessoa portadora de uma doença grave sabe por “vias internas” que está seriamente doente. E nesta condição de paciente terminal passa por cinco etapas:
1. Negação - Em seguida à notícia de sua doença, o paciente nega esta realidade. “Não, não é possível, meu Deus, deve haver algum engano”. Ele quer ouvir de alguém que não é bem assim, e que ele não vai morrer. Enquanto isso, procura os charlatões. É necessário nesta fase dar apoio, mas não fazer “coro” a esta negação.
2. Raiva - Nesta fase ele já admite esta com a doença terminal, porém questiona: “Por que eu?” Volta-se contra tudo e contra todos.
3. Negociação - É a fase da chantagem e promessas. Oferece vantagens e presentes para quem lhe tirar desta situação. Faz promessas, peregrinação, benemerências.
4. Interiorização - O paciente já tem como definitivo o seu processo de doença, mas ainda não está preparado para aceitar a morte; então vai fechando tudo aquilo que estava em aberto: compromissos, posições perante a vida, às pessoas.
5. Aceitação - A atitude neste momento não é de uma aceitação passiva, cheia de sofrimento diante de uma situação inevitável. Muito pelo contrário, ela é ativa, madura, de uma pessoa que sabe o sentido da vida. Aos familiares cabe apenas estar ao seu lado, sem angústia.

Referência: http://tanatologia.org/seit/revista.html

Thanatos e Eros


EROS
Na mitologia grega, segundo a teogonia (genealogia dos deuses) de Hesíodo e entre os filósofos gregos, Eros é personificação do Amor. No ciclo dos mitos olimpianos, Eros (Cupido para os romanos), filho de Afrodite e Ares é representado por uma criança travessa ocupada em flechar os corações para torná-los apaixonados. Mas ao se apaixonar por Psique (Alma), Afrodite, invejosa pela beleza de Psique, afasta-o do filho e a submete às mais difíceis provas e sofrimentos, dando-lhe como companheiras a Inquietude e a Tristeza; até que Zeus, atendendo aos apelos de Eros, liberta-a para que o casal se una novamente.
THANATOS
Na mitologia grega, Thanatos era a própria personificação da morte, enquanto Hades reinava sobre os mortos no submundo. Thanatos era irmão gêmeo de Hipnos, o Sono e filho de Nix, a Noite e Érebo, as trevas. Era representado como uma nuvem prateada ou um homem de olhos e cabelos prateados.Thanatos tem um pequeno papel na mitologia, sendo eclipsado por Hades. Porém, ele é um dos protagonistas no mito de Sísifo, onde este por duas vezes enganou a morte, sendo que na última vez ele aprisionou Thanatos, evitando que este o levasse ao Hades ao mesmo tempo evitando que qualquer outra pessoa ou ser vivo morresse.Thanatos também pode ser escrito como "Tânatos".
O AMOR e A MORTE - EROS e THANATOS
Os extremos. Conta a lenda que Eros adormeceu numa caverna, embriagado pelos auspícios de Hipno, o irmão de Thanatos. Ao sonhar e relaxar, suas flechas se espalharam pela caverna, misturando-se às flechas da morte. Ao acordar, Eros sabia quantas flechas possuía. Reunia-as, mas sem querer levou algumas pertencentes a Thanatos. Assim, os velhos se sentem embrigados pelo amor, flechados por Eros, enquanto muitos jovens sentem a morte no coração. Muitas vezes, o amor quando finda deixa uma sensação tal de vazio e solidão, que deve ser muito próximo daquilo que acreditamos ser a morte. Enquanto outras vezes é preciso que a morte se estabeleça para que o amor nasça. A passionalidade cerca os seres, todos. Não há quem nunca pensou em extremos diante de uma ameaça. Por isso mesmo, há de morrer para que renasça o amor.